A vida vale mais do que qualquer coisa

Fiquei três dias com dores nas amídalas. O restante da semana, livre da dor, graças a Deus, por causa da medicação oportuna.  Mas, no início da doença era ruim engolir o alimento. Era preciso paciência para suportar, mastigar, calma para saborear. A vontade de comer era grande e poder era quase que impossível. Neste momento, o  importante era triturar. Bater o alimento no liquidificador para facilitar o saciar da fome. Deu tudo certo e agora estou bem. 
No entanto, só foi vendo a história da mulher mais alta do mundo que pude perceber que meu problema foi tão pequeno perto do dela.

A maior mulher do mundo vive na China. E embora sendo grande, vive numa casa muito pequena. Sem conforto material, rodeada de amor pela sua mãe que não a deixa sozinha nem por um instante.

Ela não pede riqueza, nem voltar jogar basquete que é o seu esporte predileto, mas só a saúde para voltar andar. Yao Defen tem 2,4m de altura, 25 cm só de palma de mão e uma voz diferente por causa de sua doença que é chamada de gigantismo e o motivo pelo qual a faz crescer sem parar. (http://noticias.r7.com/videos/conheca-a-historia-da-maior-mulher-do-mundo/idmedia/fb9009cb19774deb96ccffb17965e0df.html)

O meu desejo é que ela obtenha seu desejo alcançado. E que  obtenha o seu tratamento que tanto precisa com total cuidado e carinho.

Ela é mais uma vida que está neste mundo, não é qualquer vida. Mas, uma das vidas preciosas que merecem ser tratada com respeito. Que merecem ser feliz, ter amor, ter saúde, paz, uma vida sem dor. Coisa que nao acontece com ela. Por causa do seu peso, não consegue andar, vive só deitada numa cama,  sofre tanto pelo tumor que ela tem em sua cabeça, assim como por causa de sua coluna que não suporta seu peso.

Neste momento assistindo a reportagem do Alex Sampaio, jornalista da record que voou em dois aviões, um trem e várias horas de carro para chegar num bairro pobre do sudoeste daquele  país para realizar esta brilhante reportagem, me fez pensar nestes casos. Meu pensamento foi o seguinte:  cessa qualquer sabedoria religiosa, qualquer eloquência, diploma, quando se está diante de um ser humano que necessita de cuidados médicos e não possui. Se todos estes benefícios do saber religioso, diploma, eloquência, não estiver interligado á prática e ação para socorrer estes seres humanos. Foi nisto que pensei e que me fizeram refletir que casos assim, existem muitos não em raridade como desta mulher por causa de sua altuta, mas, cheio de casos que clamam, gritam, pedem por uma resposta.  

Por quê as coisas tornam-se tão difíceis para estas pessoas necessitadas por um tratamento quando a tecnologia está ai? Tento entender, mas não encontro respostas. O muito dinheiro que circula no mundo, que é mal distribuído e que não consegue satisfazer os problemas, fosse aplicado corretamente onde de fato é preciso, não aliviaria muita gente?

 E se os governos que tanto arrecadam impostos e não conseguem orquestrar os gritos dos desesperados, houvesse menos a corrupção e mais coerência com o dinheiro público, não morreriam menos pessoas? Não ajudaria a sanar lacunas que continuam ainda abertas?

Para mim, tinha que ser mais ou menos assim: tinha que se ter prioridade em assistência médica a todas as pessoas que necessitassem dela. E deveria haver a padronização no atendimento médico, todas as vezes que o doente solicitasse este serviço. Os médicos bem remunerados pelo governo para não terem do que se queixar a respeito de salário e para que ele pudesse desempenhar suas funções plenamente. A fim de livrar, socorrer, libertar seja qualquer o cidadão que fosse da humilhação em implorar pelo atendimento devido, em filas de hospitais muitas vezes, em descasos e abandonos por causa de sua pobreza, por ele não ter como custear sua cura. Pois será que existe fila no hospital Sírio Libanês? Ou melhor, será que existe fila em algum hospital particular em que o cara entre com dinheiro e banque a sua cura? O cidadão já está com dor, sofrendo e ainda tem que pensar em dinheiro neste momento tão difícil.

Pensemos um pouco, a doença é pior do que a morte se agente pensar bem. Em caso de morte, por mais duro que seja a situação e horrenda de se enfrentar, já foi e não voltará. Agora, uma pessoa doente, com esperança de viver e não ter medicamentos, infraestrutura para a sua recuperação, e que se pegar um revolver e atirar num cidadão cheio de vida.   E arrancar o que ele tem de mais precioso que é a vida.

É lindo orar, falar com Deus, falar de versículos bíblicos, falar de política, falar, discursar sobre a saúde, o transporte, a segurança, os hospitais, sobre o voto, criar leis, fundamentar parágrafos, mas se diante destes casos os seres humanos não forem olhados de frente e não forem resolvidos os seus problemas, todos estes iténs citados serão nulo. Principalmente, se ao invés disto, fecharem os olhos e fingirem não ver estas pessoas.  Elas estão ai para serem vistas e só não vêm que não quer. Nada é mais importante do que a vida: belos prédios, belas leis, belas praças, o trabalho, ir a igreja, automóveis, cruzeiros, obras de arte, dinheiro, valerá menos diante da vida. A vida vale mais do que qualquer coisa. E viver sorrindo pra vida é mágico.


Quanto a mim, estou medicado e sem dor , pois comprei o remédio. Mas e se eu nao tivesse dinheiro para comprar? Ficaria sofrendo como muitas por ai?