Estes dias, estávamos sentados na sala de espera de um escritório e éramos três pessoas falando sobre o amor. Nem parecia uma situação tão comum, um acontecimento como este, por causa do mundo que vivemos, onde cada qual vive sua vida e Deus por todos. Mas o assunto fluiu naturalmente entre nós, cada qual falando de si, para corroborar o bate papo.
O interessante para mim deste bate papo foi que duas pessoas apenas eram que se conheciam, sendo que uma tornara-se conhecida naquele mesmo momento, só que conversava conosco como se já tivesse nos conhecido há muito tempo atrás. Falava de coração aberto, sobre a sua intimidade pessoal, compartilhando de suas opiniões a respeito de suas experiências amorosas que expunha despreocupadamente.
Tudo isso porque o amor, tenho a impressão, ser o ponto mais alto de todas as conversas do mundo. Todas as pessoas querem opinar numa roda aberta, pelo motivo de amar, pelo motivo de sentir dentro de si o sentimento do amor, pelo motivo de compreender os seus adjetivos dentro de si claramente, pelo motivo de sofrer, por esperar, suportar coisas em nome do amor, isto é, por entender tudo sobre o assunto. Todo mundo ama. Assim, todo mundo pensa saber sobre o amor, inclusive nós mesmos.
Acho que, atualmente, só depois do amor é que possa vir alguma outra coisa como prioridade abstrata. A saúde é uma prioridade fÃsica, o dinheiro é uma prioridade material e a famÃlia uma prioridade existencial.
Sendo que, o amor é uma prioridade essencial assim como a fome. O amor é tão real como a fome. É necessário na vida do seres humanos. Até mesmo na vida dos animais.
Todos tem que amar, assim como saciar a sua fome para viver e ser feliz. E é muito importante, porque Deus está em tudo que se relaciona ao amor, ao amor verdadeiro, Deus é o amor. Quer dizer, é por este motivo que ele está no topo. Então... num determinado momento, naquela sala de espera, houve controvérsias a respeito da existência ou não do amor. - Quer dizer, que Deus não existe? Disse um de nós. – Não falei isto. Disse a pessoa que duvidou da existência do amor – Deus existe, replicou novamente.
Não vou dizer quem falou isto ou aquilo, o importante neste texto para mim e é o que tentarei transmitir, é a essência de todo o dizer que aconteceu nesta conversa e não quem foi mais coerente ou incoerente nesta conversa.
Existe uma crença no amor como algo sublime e real, mesmo algumas vezes, levando na cabeça através das decepções que deparamos. No entanto, por sermos humanos, somos falhos e por esta razão magoamos nosso semelhante, até mesmo alguém que esteve ou está ao nosso lado. Quando pensamos nas relações passadas desastrosas dá uma frustração muito grande tentar recomeçar novamente outro relacionamento na esperança de viver o amor pleno, mas o que importa de fato é tentarmos olhar para frente, deduzo e tentarmos não repetirmos os mesmos erros com esta nova experiência que estamos vivendo. Aprender com a experiência, isto vale, se não deu certo é porque não era pra ser. Bola pra frente!
Só que muitas vezes acontece de quebrarmos a cara uma sucessão de vezes e é por este motivo que vem a frustração. Mesmo assim, não podemos desistir de amar. Não podemos desistir de lutar pela felicidade.
O que ficou claro num determinado nÃvel do assunto foi que as decepções geram descréditos.
Algumas coisas foram questionadas através da observação que fazemos ao logo da vida, as pessoas que se apaixonam por aquilo que o outro possui materialmente e não pelo que uma pessoa é interiormente. Outro tema falado entre nós foi sobre a fidelidade e infidelidade das pessoas. Qual o motivo? O solteiro pode tudo e o casado não? Até que ponto o solteiro pode fazer o que quiser e não ser considerado um promÃscuo, enquanto, até que ponto pode ser considerado uma pessoa casada promiscua, quando ela vive em desespero, enjaulado no seu matrimônio e se relaciona extraconjugal com alguém de todo o coração.
Assunto discutido foi a respeito de alguém disse assim: “Eu sou solteiro e não tenho compromisso com uma outra pessoa, posso estar com um hoje e amanhã, outro amanhã e assim sucessivamente.” E outra vertente foi a de condenação a uma pessoa casada que se apaixonou por uma outra pessoa fora do seu casamento.
Até que ponto ele foi infiel vivendo este relacionamento, quando ele fez acreditando ser fiel consigo mesmo, se entregando de corpo e alma, por ser feliz no seu casamento.
E o embate foi feito.
Um Solteiro não deixa de ser promiscuo só porque é Solteiro. Nem um casado deixa de ser inocente por ter um outro relacionamento, quando vive um inferno dentro de sua casa.